A Inseminação Intrauterina
A inseminação intrauterina (IIU), também conhecida como inseminação artificial, é uma técnica de reprodução assistida de baixa complexidade que consiste na introdução de espermatozóides beneficiados no interior da cavidade uterina, durante o período ovulatório, utilizando-se um cateter apropriado. Geralmente a mulher usa medicamentos para aumentar a quantidade de óvulos disponíveis, no máximo dois.
O beneficiamento é processado em laboratório de forma a selecionar os melhores espermatozóides que são concentrados em meios de cultura onde adquirem a capacidade de fecundar.
O objetivo da inseminação artificial é aumentar a probabilidade de conseguir uma gravidez em casais com dificuldades em engravidar, facilitando o encontro dos espermatozóides com o(s) óvulo(s) no interior das trompas.
Requisitos para a utilização dessa técnica:
- que a contagem de espermatozóides móveis na preparação da amostra de sêmen seja normal ou apresente diminuição leve/moderada e;
- que pelo menos uma das trompas da mulher esteja desobstruída.
Quais as indicações da Inseminação Artificial?
Esse método de fertilização é indicado nos casos de infertilidade sem uma causa conhecida e nos casos de alterações leves no espermograma.
A inseminação intrauterina deve ser tentada no máximo três vezes, pois os resultados não são mais promissores após três tentativas.
Como funciona o procedimento de Inseminação?
1- Estimulação ovariana
A estimulação ovariana é feita utilizando drogas indutoras da ovulação que serão prescritas pelo médico assistente. É realizado também acompanhamento ultrassonográfico para avaliação do crescimento folicular.
2- Coleta de espermatozóides
No mesmo dia agendado pelo médico assistente para a realização da inseminação intra-uterina, o marido/companheiro deve produzir uma amostra de sêmen por masturbação. O material será colhido na própria clínica e será devidamente identificado pela funcionária do setor.
O sêmen obtido é processado no laboratório de forma a selecionar os melhores espermatozóides que serão concentrados em meio de cultura.
3- Inseminação intrauterina
A inseminação intrauterina é um procedimento ambulatorial que se realiza sem a necessidade de analgésicos ou anestesia. O procedimento demora aproximadamente quinze minutos e consiste em depositar os espermatozóides móveis previamente preparados no interior da cavidade uterina. Para isto se utiliza um tubo de plástico muito delicado chamado cateter. Este é introduzido através do colo do útero e, uma vez no interior da cavidade, os espermatozóides são depositados na cavidade uterina.
Quatorze dias depois da inseminação realiza-se o teste de gravidez medindo no sangue da mulher o hormônio ßhCG.
4- Suplementação hormonal
A partir do dia em que é realizado a IIU, a mulher recebe suporte hormonal diário (progesterona), por via vaginal. O suplemento hormonal é mantido diariamente até o teste de gravidez e, caso o resultado seja positivo, deverá ser mantido até a 12ª semana de gestação.
Quais as complicações mais frequentes?
Hiperestimulação ovariana
É uma resposta exagerada do ovário à estimulação, na qual o número de folículos em crescimento é muito maior que o desejado.
Há um aumento do tamanho dos ovários e uma distensão abdominal por retenção de líquido. Acontece em 1 a 5% dos ciclos estimulados. Em casos severos de hiperestimulação ovariana podem ocorrer alterações na coagulação, alteração da função renal, hemoconcentração, retenção de líquido no abdômen (ascite) e mais raramente, retenção de líquido no tórax (derrame pleural). É uma condição transitória grave, que às vezes, requer hospitalização para uma melhor vigilância. Casos raros de óbito são citados na literatura especializada.
Caso ocorra a hiperestimulação, o tratamento deve ser interrompido ou pode-se optar-se pela utilização da técnica de fertilização in vitro (FIV).
Riscos relacionados à gravidez
Gestação múltipla
A porcentagem de gravidez múltipla está relacionada com o maior número de folículos produzidos decorrentes da estimulação ovariana e da idade da mulher. Não se pode controlar totalmente o número de embriões que vão se formar com IUI, por isto o objetivo é de obter-se no máximo dois folículos maduros em pacientes abaixo de 35 anos de idade e no máximo três folículos em pacientes acima de 35 anos.
Gravidez ectópica
A gravidez ectópica, também conhecida como gravidez tubária, consiste na implantação do embrião fora do útero (trompa, ovários). Nestes casos o saco gestacional é identificado fora da cavidade uterina. O diagnóstico da gravidez ectópica normalmente pode ser feito de 3 a 4 semanas depois de realizado a IIU, através de um exame de ultrassom. A Inseminação intrauterina não aumenta o risco de gravidez ectópica. Esta complicação ocorre na população geral em aproximadamente 1 a 2% dos casos.
Defeitos de nascimento
A literatura atual parece indicar uma tendência a um número maior de malformações dos recém-nascidos gerados com a ajuda das técnicas de reprodução assistida, em relação à população de casais férteis, cuja taxa de nascimento com malformações está entre 2 a 2,4%. Entretanto, estudos mais aprofundados do assunto são necessários para confirmação desta tendência.
Outras complicações
Algumas mulheres apresentam depois da Inseminação Artificial uma leve descarga vaginal de líquido que corresponde ao meio de cultura utilizado no preparo do sêmen. O fato é normal e não deve causar preocupação.
Um leve fluxo de sangue vaginal também é considerado normal e geralmente cessa em menos de 24 horas.
Reação alérgica decorrente de substâncias presentes no meio de cultura utilizado no preparo do sêmen pode ocorrer apesar de sua incidência na literatura ser muito rara.
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