A maioria das pessoas sabe que fumar aumenta o risco de doenças cardíacas, vasculares e pulmonares, mas muitas não percebem que também pode levar a problemas de fertilidade em homens e mulheres.
A disfunção erétil e as taxas de complicações na gravidez também aumentam com o tabagismo.
Mas, como o fumo pode afetar a sua capacidade de ter um filho?
Os produtos químicos (como nicotina, cianeto e monóxido de carbono) presentes na fumaça do cigarro aceleram a taxa de perda dos óvulos. Infelizmente, uma vez que os óvulos morrem, eles não podem se regenerar ou serem substituídos.
Nas mulheres, isso significa que a menopausa ocorrerá de 1 a 4 anos antes nas que fumam (em comparação com não-fumantes).
Já os homens, podem ter uma diminuição da qualidade do espermatozóide, contagens mais baixas (número de espermatozóides) e diminuição da motilidade (capacidade de movimento do espermatozóide), além do aumento do número de espermatozóides anormais.
Fumar também pode diminuir a capacidade do espermatozóide de fertilizar os óvulos.
Como o tabagismo pode interferir na geração de um filho?
Segundo estudos, mulheres fumantes não possuem uma capacidade de gerar um bebê tão eficientemente quanto as não-fumantes e as taxas de infertilidade em fumantes do sexo masculino e feminino são cerca de duas vezes a taxa de infertilidade encontrada em não-fumantes.
O risco de problemas de fertilidade também aumenta de acordo com o número de cigarros fumados diariamente.
A relação dos tratamentos de reprodução assistida e o tabagismo
Mesmo os tratamentos de fertilidade, como a fertilização in vitro (FIV), podem não ser capazes de superar totalmente os efeitos do fumo na fertilidade.
Fumantes do sexo feminino precisam de mais medicamentos estimuladores do ovário durante a FIV e ainda têm menos óvulos no tempo de recuperação. Além disso, possuem taxas de gravidez 30% menores em comparação com as pacientes de FIV que não fumam.
A interferência do cigarro nos óvulos e espermatozóides
Como o fumo danifica o material genético em óvulos e espermatozóides, abortos espontâneos e taxas de defeitos no nascimento são maiores entre os pacientes que fumam.
O tabaco sem fumaça também leva ao aumento das taxas de aborto espontâneo.
As mulheres que fumam são mais propensas a conceber uma gravidez cromossomicamente insalubre (como uma gravidez afetada pela síndrome de Down) do que as mães que não fumam.
A gravidez ectópica e o parto prematuro também ocorrem mais freqüentemente entre mulheres fumantes.
Você não fuma, mas seu parceiro sim. Como isso pode afetar a sua fertilidade?
Os riscos de saúde para o fumante passivo (que não fuma, mas tem um companheiro (a) que fuma) são os mesmos do fumante ativo.
E se você parar de fumar, terá mais chances de engravidar e ter uma gravidez saudável?
A resposta é sim.
Parar de fumar pode melhorar a fertilidade, apesar de não ser possível reverter o quadro de diminuição da oferta de óvulos.
As taxas de complicações na gravidez decorrentes do tabagismo também diminuem de acordo com o tempo sem fumar.
Parar de fumar pode ser algo extremamente difícil, mas estudos mostram que a chance de sucesso é muito maior se você tem o auxílio de um médico e/ou um grupo de apoio.
O uso temporário de uma reposição de nicotina (como goma ou adesivo de nicotina) e/ou medicamentos podem ajudar no processo de abandono do tabagismo. Embora geralmente não seja aconselhável usá-los durante a gravidez. Você e seu médico podem considerar seu uso durante a gravidez após ponderar os riscos e benefícios.