O que é a Fertilização in vitro?
A Fertilização in vitro – FIV, popularmente conhecida como “Bebê de Proveta”, é um método de reprodução assistida dirigido a casais inférteis.
O objetivo da Fertilização in vitro e Transferência embrionária (FIV-TE) é a fecundação dos óvulos fora do corpo da mulher, quando as possibilidades de que isso ocorra naturalmente são pequenas ou inexistentes.
O procedimento é realizado em laboratório próprio do Cegonha Medicina Reprodutiva, instalada dentro da sede do ISM – Instituto de Saúde da Mulher, que atende a todos os critérios de qualidade exigidos pelas normas vigentes.
Como funciona o procedimento de Fertilização in vitro?
As Etapas da FIV-TE
1- Estimulação da Ovulação
O objetivo da estimulação da ovulação é produzir um número satisfatório de óvulos maduros que possam ser fecundados, oferecendo assim uma maior chance de sucesso dos procedimentos de reprodução assistida.
Normalmente, a mulher desenvolve um único folículo por ciclo. No processo de FIV-TE existe uma necessidade de um número maior de folículos maduros, pois na maioria das vezes, nem todos os óvulos coletados são fecundados. Além disso, dos óvulos fecundados, nem todos se tornam embriões e mesmo aqueles que se tornam um embrião podem não ter a mesma qualidade.
A estimulação da ovulação é feita com medicamentos (gonadotrofinas) administrados diariamente por um período médio de 8 a 12 dias. Durante esse período é feito um acompanhamento ecográfico (ultrassom) para avaliar o desenvolvimento dos folículos (eles crescem, em média, 2 mm por dia). Quando os folículos alcançam o tamanho ideal, é administrado o hormônio HCG, que tem a função de terminar o amadurecimento folicular. A aspiração folicular (punção) é feita cerca de 36 horas após a administração do HCG.
Existe ainda a possibilidade de não haver crescimento folicular adequado. Neste caso, o programa é cancelado e o médico não realiza a aspiração folicular.
2- Aspiração folicular (Punção)
A aspiração folicular tem por objetivo extrair do interior dos folículos os óvulos produzidos após a estimulação da ovulação.
A punção do ovário é realizada através de ultrassom endovaginal, onde se coloca um guia pelo qual passa a agulha que aspira os folículos. Esse é um procedimento ambulatorial que requer o uso de anestesia local e/ou sedação. A paciente deve se apresentar ao médico meia hora antes do procedimento e deve estar em jejum de no mínimo 6 (seis) horas. A aspiração folicular dura aproximadamente 30 minutos. Após sua realização, a paciente deve descansar em uma sala de recuperação por aproximadamente 2 horas.
3- Coleta de espermatozoides
No mesmo dia da aspiração folicular, o marido/companheiro deve produzir uma amostra de sêmen por masturbação. O material será colhido na própria clínica e será devidamente identificado pela funcionária do setor.
O sêmen obtido é processado no laboratório de forma a selecionar os melhores espermatozoides que são concentrados em meios de cultura.
4- Fecundação
A fecundação é um processo que se inicia com o contato dos espermatozoides com a camada que rodeia o óvulo (zona pelúcida). Na FIV, para que aconteça a fecundação, em um mesmo meio de cultivo é colocado um óvulo com cerca de 50.000 a 100.000 espermatozoides previamente preparados no laboratório. A evidência de que houve fecundação se dá pela visualização dos pro-núcleos, no microscópio, 16 a 20 horas após a co-incubação dos gametas.
Se os espermatozoides colhidos não tiverem capacidade de fecundar o óvulo, será utilizada a técnica do ICSI, sigla em inglês que designa a “injeção intracitoplasmática de espermatozoide”.
O que é ICSI?
O ICSI permite fecundar um óvulo com um espermatozoide obtido do sêmen, ou extraído cirurgicamente do epidídimo, ou diretamente do testículo. A injeção intracistoplasmática de espermatozoide é realizada em laboratório com equipamentos de aumento (microscópios invertidos) munidos com sistemas hidráulicos que permitem introduzir o espermatozoide suavemente, usando uma finíssima agulha de vidro.
Um dos riscos da FIV é a falta de fertilização dos óvulos, o que pode ocorrer em raros casos. Se nenhum dos óvulos é fertilizado ou se os embriões obtidos param de se desenvolver o programa é cancelado e o médico não realiza a transferência embrionária.
5- Transferência Embrionária (TE)
Se a fertilização for bem sucedida, os embriões podem ser transferidos para o útero após 48 ou 72 horas. Nesta fase, os embriões apresentam-se geralmente com 4 e 8 células, respectivamente. A transferência também pode ser feita no 5º dia após a fertilização, no estágio chamado de blastocisto. O dia em que é realizada a transferência não influencia na taxa de gravidez e deve ser individualizado de acordo com o número de embriões viáveis a serem transferidos.
Em relação ao número de embriões a serem transferidos a resolução do CFM Nº. 2.013/2013 estabelece que:
a) mulheres com até 35 anos: até 2 embriões;
b) mulheres entre 36 e 39 anos: até 3 embriões;
c) mulheres entre 40 e 50 anos: até 4 embriões;
d) nas situações de doação de óvulos e embriões, considera-se a idade da doadora no momento da coleta dos óvulos.
A transferência de embriões é um procedimento ambulatorial, realizado sem necessidade de anestesia. Tem duração aproximada de 15 minutos e consiste em depositar os embriões no interior da cavidade uterina sob visão ultrassonográfica. Para isso, é utilizado um estreito tubo de plástico inerte e suave chamado cateter, que passa pelo colo uterino atingindo sua cavidade, onde serão depositados os embriões. De 12 a 14 dias após a transferência, caso tenha ocorrido a implantação embrionária, o hormônio HCG pode ser detectado no sangue da mulher, o que permite constatar a gravidez.
6- Suplementação hormonal
A partir do dia seguinte à aspiração folicular (punção), a mulher recebe suporte hormonal diário (progesterona), por via vaginal. O suplemento hormonal é mantido diariamente até o teste de gravidez e, caso o resultado seja positivo, deverá ser mantido até a 12ª semana de gestação.
Quais as complicações mais frequentes?
Hiperestimulação ovariana
É uma resposta exagerada do ovário à estimulação, na qual o número de folículos em crescimento é muito maior que o desejado. Há um aumento do tamanho dos ovários e uma distensão abdominal por retenção de líquido. Acontece em 1 a 5% dos ciclos estimulados. Em casos severos de hiperestimulação ovariana podem ocorrer alterações na coagulação, alteração da função renal, hemoconcentração, retenção líquida abdominal e ainda torácica.
É uma condição transitória grave, que às vezes, requer hospitalização para uma melhor vigilância. Casos raros de óbito são citados na literatura especializada.
Quer saber um pouco mais sobre o assunto?
Leia o artigo: O que é a Síndrome de Hiperestimulação Ovariana?
Gravidez tubária
O diagnóstico da gravidez tubária pode ser feito cerca de 21 dias após a transferência embrionária, quando o ultrassom permite ver o saco gestacional.
A gravidez tubária acontece na população geral em cerca de 1 a 2% dos casos. Nos ciclos de FIV esta incidência aumenta para 4% porque grande parte das mulheres que recorrem a tais procedimentos tem problema tubário e uterino, o que facilita a ocorrência dessa complicação.
Gravidez múltipla
A taxa de multigestação é uma consequência direta do número de embriões transferidos e da idade da mulher. A única forma de diminuir a taxa de multigestação é diminuir o número de embriões transferidos, o que, consequentemente, diminui as taxas de gestação. Esse tema deve ser discutido entre a equipe de profissionais e o casal.
Defeitos de Nascimento
A literatura atual parece indicar uma tendência a um número maior de malformações dos recém-nascidos gerados com a ajuda das técnicas de reprodução assistida, em relação à população de casais férteis, cuja taxa de nascimento com malformações está entre 2 e 2,4%. Entretanto, estudos mais aprofundados do assunto são necessários para confirmação desta tendência.
Outras Complicações
Algumas complicações locais derivadas da punção transvaginal durante a aspiração folicular, ainda que de frequência muito baixa, são: hemorragias por lesão da parede vaginal, infecção pelviana (abscesso-tubo-ovariano), sangramento ovariano e lesões das estruturas vizinhas.
Quais as chances de sucesso da FIV?
Taxas de sucesso de gravidez divulgadas pela Rede Latino-americana de Reprodução Assistida
As taxas de sucesso de gravidez de qualquer serviço de Reprodução Assistida variam de 5% a 45%, em média, dependendo de fatores como:
– idade das pacientes tratadas
– tempo de infertilidade
– causas de infertilidade
– associações de outros fatores
O Cegonha Medicina Reprodutiva é uma clínica credenciada da Rede Latino-americana de Reprodução Assistida, instituição científica e educacional, que agrupa mais de 90% dos centros que realizam técnicas de reprodução assistida na América Latina.
Para quem é indicada a Fertilização in Vitro – FIV?
A fertilização in vitro é indicada nas seguintes situações:
– Mulheres com problemas nas trompas, endometriose ou número limitado de óvulos;
– Homens com baixa concentração de espermatozóides, redução da motilidade e morfologia inadequada;
– Homens com ausência total de espermatozoides;
– Casos de laqueadura ou vasectomia;
– Casais que já passaram por outros tratamentos mais simples e não obtiveram sucesso;
– Casos de doença genética familiar, como fibrose cística e distrofia muscular;
– Infertilidade sem causa aparente;
– Casos em que é necessária a doação de óvulos: mulheres que não os produzem mais ou em casais homossexuais masculinos.
A FIV pode ser realizada com sêmen do parceiro ou de um doador.
Para saber mais informações e esclarecer sua dúvidas sobre os métodos de fertilização oferecidos pelo Cegonha Medicina Reprodutiva, agende seu horário com um dos médicos especializados em Reprodução Humana Assistida.